O parlamentar alega que Lula cometeu crime de responsabilidade ao classificar um processo de perda de mandato autorizado pela Câmara, julgado pelo Senado e presidido por um ministro do STF como um golpe de estado.
“Qualquer cidadão do povo ou mesmo parlamentares até podem falar em ‘golpe’ no caso do processo de impeachment de Dilma Rousseff, em tom de crítica ao processo em geral, porque não estão no rol de pessoas passíveis de cometerem crime de responsabilidade, mas o presidente da república, investido no cargo, em discurso público e oficial, não pode sob pena de praticar crime de responsabilidade e ser objeto de impedimento de seu mandato”, disse o parlamentar.
Após chamar os poderes de golpistas em Buenos Aires, Lula voltou ao ataque em Montevidéu, no Uruguai, onde participou de um encontro com o presidente Luís Alberto Lacalle Pou. Lula afirmou nesta quarta-feira (25/01) que Michel Temer foi um dos responsáveis por destruir o que chamou de legado social dos governos petistas e referiu-se ao ex-presidente como “golpista”.
O deputado informou que aguardará o início da nova legislatura para apresentar a denúncia por crime de responsabilidade.
Lula faz grave ataque às instituições no exterior
“Vocês sabem que depois de um momento auspicioso no Brasil, quando governamos de 2003 a 2016, houve um golpe de Estado”, disse Lula na noite desta segunda-feira (23/01) na Argentina.
O impeachment de Dilma Roussef foi um processo legítimo e legal, autorizado pela Câmara dos Deputados, cujo processo correu no Senado, com amplo direito de defesa, e cujo julgamento foi presidido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, indicado pelo próprio Lula para a corte.
A fala de Lula configura grave ataque do chefe do Executivo aos poderes Legislativo e Judiciário no exterior.
O ataque foi feito ao lado do presidente argentino, Alberto Fernández, e do ex-presidente da Bolívia, Evo Morales
Lula está na Argentina para participar da cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que acontece na capital Buenos Aires nesta terça-feira (24/01).
